12 February 2009

sobre o mesmo.

- você sonha? - pergutaram-lhe.
- duas vezes mais do que precisaria - disse ela, sem contudo saber se podia declarar aquilo com alegria ou não. O nó na garganta, o coração acelerado já eram seus velhos conhecidos, ou apenas coisas de alguém com pouco mais de uma década e meia de vida.
- sejá só você mesma, relaxe - diziam-lhe.mas ser só ela mesma não estava nos seus planos: qual é a graça afinal de ser só você mesmo? o bom é inventar-se, é ser o que você quer. ser só ela mesma, pensava, seria apenas uma existência desnecessariamente limitada, e não era garantia alguma de que tudo ficaria bem. talvez tudo isso fosse parte do que alimentava sua pressa por algo que, não sabia, não sabe e talvez nunca venha a saber. por que fora o caráter e as impressões digitais - imutáveis até que se prove o contrário - o que sobra de um ser é maleável o bastante para ser - quase tudo - o que quiser.



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