12 September 2008

e aqueles devaneios já ultrapassavam qualquer controle. não era mais um vontade, um desejo. há muito, as coisas deixaram de ser planos e tornaram-se necessidade, objetivo. a ponto de não se conseguir pensar em mais nada além daquilo. era tarde demais, já se havia deixado controlar por aquele sentimento indefinível que consumia. talvez não fosse forte o bastante para lidar com aquilo. talvez estivesse fazendo tudo errado. e, você sabe, o que começa errado pode terminar certo? é preferível acreditar que sim. acreditar... era isso que fazia agora, acreditar. e sabe qual o pior de tudo? sentir-se, em alguns momentos, bem com toda essa coisa. sentir-se razoavelmente satisfeita por saber o que quer, e um segundo depois, querer gritar por não saber como chegar... aonde exatamente? percebes, agora, as proporções dessa vertigem?



fechou os olhos. imediatamente transportou-se para o lugar que conhecia muito bem. onde estava protegida e onde achava conforto e refúgio, era ali que queria viver. ali, exatamente. não podia. a frustração era descomunal. sua vida parecia, agora, estar esperando sua vez de acontecer, como se não tivesse sido tocada ainda, assim como o copo de café frio ao seu lado. nada havia mudado, abriu os olhos, e naquele momento sim, sentiu-se cega.


1 comment:

Talita said...

você escreve muito bem.
adorei! *-*
o que houve com os comentário?

beijo.
;*