Na Avenida Paulista todo mundo é ninguém. Todo mundo anda rápido, e às vezes corre. Começo a desconfiar que esses passos rápidos nada tem a ver com a pressa, mas sim com uma questão de ritmo. Ritmo de sobrevivência. Na Avenida Paulista, ninguém te enxerga, embora todos te vejam. Eles passam por você - pra nunca mais serem vistos. Quando encostam em você, viram para trás num gesto rápido de pedido de desculpas. Como quem diz "desculpa te tocar e nunca mais te ver"
Na avenida Paulista, eu ando com a pressa dos outros, enxergo a todos, e peço desculpas como quem diz "Não sou daqui"
No comments:
Post a Comment