07 January 2011

A parede gelada, o barulho dos carros lá embaixo, o ruído da tv e uns fragmentos de conversa, o barulho do telefone e o computador trabalhando. mas por dentro é só silêncio. silêncio. eco. a parede fria arrepia as costas, o barulho áspero de um livro qualquer nas mãos, lembra que, ainda ali, nada mudou, que é preciso lutar por lugar ao sol nesse mundo que, sim, tem que ser divido entre todos...e que, droga, esse aperto no peito não passa. ele só dorme, e com qualquer estralo, lá está de novo pra lembrar de que...nada aconteceu. o copo de café já esfriou há vários minutos, e não foi bebido, assim como aquela sensação de que as coisas estão sempre a um passo de terminar e nunca foram tocadas. não é fraqueza, acho, caso contrário pararia por aqui. é só angústia, é o grito reprimido, e a meneira certa de fazer a coisa errada. olhando no espelho não é exatamente aquela sensação de vazio, entende? incompatibilidade. é tanto pra falar, nada pra dizer. a voz dentro da cabeça já cansou de arquitetar respostas que nunca chegam à boca. o coração disparado a cada palavra não dita. as mãos geladas a cada dúvida. pontos de interrogação são, às vezes, cruéis. quando é a hora de acabar? só o que consola é a esperança do que vem depois. o alívio de saber que, depois, alguma coisa boa sempre acontece.

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